terça-feira, 7 de setembro de 2010

Breve historico

Favela do Muquiço está localizada em Deodoro que, como canta o grande Sambista Ney Lopes, um dia já foi Sapopemba, engenho fundado em 1612 pelo jesuíta Gaspar Dutra. Muquiço, segundo o dicionário Gauches-Portugues:
1.lugar sujo ou onde reina grande desordem.

Assim como Favela não pediu pra ser Favela, Muquiço também não pediu pra ser Muquiço, sendo os conquistadores de além mar os verdadeiros batizadores dessa dita cuja “ sujeira ou desordem” que há.

Como é sabido de todos, a elite que muda tudo quando quer e “bem entende” está querendo tirar o nome Favela das nossas memória e tentando introduzir o de comunidade, um eufemismo paliativo mais contemplativo. Não sei os favelados e Muquiceiros como eu, mas eu Nego! Favela assim como Muquiço, mesmo não concordando com esses dicionários de elite de plantão, faz parte de minha historia e se tiver que mudar que seja através de nós.

Mas vamos ao que interessa. Fazendo uma pesquisa no pai dos burros, Google, percebi que as informações divulgada sobre essa favela estão todas ligadas com crime, morte e por aí vai.
O pai dos burros esquece de informar que aqui nessa Favela tivemos um grande Bloco Carnavalesco Namorar Eu Sei, fundado na década de 60 e que arrastou multidão pela rua da Praça Onze. Torrão, Syrlei, Saulo, Jorge Veludo, Valdir Caramba, Altair, Miro, Benjamim e Bolão, entre outros Personagens desse enredo, compuseram sambas de prima, de fazer cabrocha soluçar e ditos malandro ficar de joelho. Pra matar a curiosidade aí vai um trecho de uma Samba de Torrão:

A favela está dormindo
eu estou chegando agora
vem rompendo aurora
curti, sempre curti
e amanhã não sei o que será de mim.



O Pai dos burros faz jus o nome e esquece de informar que no Muquiço temos uma grande rezadeira que, segundo o Muquiceiro Jairo de Aguiar, Professor de educação física pós graduado pela UFRJ e que por sinal é grande conhecedor de futebol, disse, em alto e bem som, pra todos na esquina do beco do espinheiro: “ eu vi com esse olhos que a terra há de comer, o fulando grande crack do flamengo entrando no cafofo da Dona pra receber uma reza”. E dizem os jornalistas muquiceiros de plantão, formados na primeira turma da faculdade de meio de esquina, que um grande batedor de falta do urubu ia muito lá pedir pra vovó rezar seu joelho quando estava bichado, é.... em quanto a vovó baixava os bambas da bola cantava pra subir .

Essa nova safra da seleção bem que podia, antes de ia pra copa com o joelho bichado e tantas mais ziquiziras, ter entrado no sapatinho no barraco. Se eles soubessem que no Muquiço tem uma vovó que cura lesão sem cobrar um tostão, enh!?

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